segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O PCdoB no novo governo.

No último sábado 08 a direção do PCdoB/AP na sede da Federação amapaense de futebol reuniu-se para decidir o nome do secretário para a pasta de esporte do governo (SEDEL). A reunião se deu com a presença do secretario nacional de organização Walter Sorrentino. 

 Luiz Pingarilho  Luiz Pingarilho Presidente do PCdoB-AP
                                                                                             “A conformação do Partido Comunista se
dá em resposta ao seu pensamento
programático e estratégico em cada
situação, com formas e meios adequados a
essa luta classista e revolucionária(…) A
política de quadros parte do primado de um
partido marxista e revolucionário, que
adota o centralismo democrático como
princípio diretor da organização política,
em sintonia com a contemporaneidade,
com a situação do país e a luta do povo
brasileiro, com originalidade de formas e
modelo organizativos(…), um repertório
renovado para a construção da força
decisiva dessa luta, que é o Partido
Comunista, no rumo de seu fortalecimento
e pela sua hegemonia”.
Desconstruindo o que a imprensa local colava “de um possível racha na direção do partido”, os comunistas aprovarão por unanimidade o nome do camarada Luiz Pingarilho para ser apresentado como nome a secretara ao governador Camilo Capiberibe (PSB).
A maioria das pessoas, quando desenha uma árvore, não inclui nela a raiz; mas esta tem mais massa e extensão do que o resto da árvore. Os comunistas são de raiz; por isso se desenvolve o PCdoB. Tem raiz no tempo histórico e são radicais no projeto transformador.
O PCdoB se lançou às águas do rio, não teme desbravar o novo. Faz isso com responsabilidade e princípios, sem imaginar-se permanentemente à beira de precipício, nem ficar entrincheirado em escarpadas montanhas ou recolhido ao conforto de certezas doutrinárias. Quer a luta no leito largo das forças políticas nacionais, como intérprete dos anseios do povo trabalhador, mergulhado no curso político real. O PCdoB confia em sua base teórica, em sua política, em sua militância e em nosso povo.

Luiz Pingarilho 49 anos é Paraense, advogado, Presidente Estadual do PCdoB e filiado desde 1984. Ex- aluno da escola superior de educação física do Pará (ESEFPA), ex-acesso da Presidência da COHAB-P, Ex-acesso do Gab. da prefeitura de Belém, ajudou na criação e implementação do PROCON-AP, foi acesso jurídico da deputada Roseli matos e do Dep. Federal Evandro Milhomem, Sub-controlador da prefeitura de Macapá, foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AP.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

MELHOR PRESENTE DE ANIVERSÁRIO



Aí vai o presente:
(Esse poema, de alguma forma,
tomou forma
por inspiração da Joelma
Bandeira da minha resistência,
enfermeira da minha doença,
carcereira da minha demência,
parteira da minha ciência)

Quem me teve
e quem eu tive
seja doce lembrança...

Quem me tem
e comigo vive
me enche de esperança!

Descobri que amar
é uma espécie de tosse:
alivia só de dentro pra fora
e no peito mora
sem tomar-lhe posse...

Assim, quem "me teve"
e quem "eu tive"
não foi dona de nada

E quem "eu tenho"
e "comigo vive"
tá sempre liberada...

(INÁCIO SENA)

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse

NO DIA DO MEU NIVER UMA HOMENAGEM A GONZAGUINHA QUE CANTOU COISAS QUE ME INFLUENCIARAM MUITÍSSIMO...
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida
Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

http://letras.ms/C2L

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

DIA BRANCO Elba Ramalho Composição: Geraldo Azevedo e Renato Rocha

EM HOMENAGEM AO NOSSO TEMPINHO GOSTOSO DE NUVENS NO CÉU E DE MTA CHUVA ...
Se você vier
Pro que der e vier comigo
Te prometo o Sol
Se hoje o Sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto, esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Se você vier
Pro que der e vier comigo
Te prometo o Sol
Se hoje o Sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto, esse canto, esse tão grande amor,
Grande amor,
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Comigo
Comigo

sábado, 8 de janeiro de 2011

Coneb da UNE debaterá o Plano Nacional de Educação

Debate sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) vai dar o tom da programação desta 13ª edição do Conselho Nacional de Entidades de Base da União Nacional dos Estudantes (Coneb da UNE).

A contagem regressiva já começou para um dos principais fóruns do movimento estudantil: o 13º Coneb da UNE. Em uma semana, estudantes de aproximadamente 3 mil estudantes, representantes de Centros e Diretórios Acadêmicos (DAs e CAs) de todo o Brasil estarão reunidos em Conselho para decidir os rumos que o movimento estudantil vai tomar no próximo período.

Os debates do 13º CONEB vão girar em torno do novo Plano Nacional de Educação (PNE), para o decênio 2011-2020. A princípio, o Plano contempla um conjunto de medidas propostas pelo movimento educacional e aprovadas na Conferência Nacional de Educação (Conae 2010). No entanto, o documento apresentado pelo governo e que está em tramitação no Congresso Nacional traz limitações, na comparação com as resoluções saídas da Conferência. Há, por exemplo, a retirada da proposta que direciona 10% do PIB para a área e da aprovação de políticas afirmativas, além da ausência de estratégias mais concretas de regulamentação do ensino privado.

Ainda no tema do financiamento, ganha relevância a proposta de que 50% dos recursos do Fundo Social do pré-sal sejam aplicados na Educação. O Projeto de Lei capitaneado pelas entidades estudantis e aprovando pelo Congresso que garantiria a destinação foi vetado pelo ex-presidente Lula no final de 2010.

Uma das mesas de debate previstas contará com a presença das entidades mais representativas do movimento educacional brasileiro e que demonstraram unidade com as entidades estudantis durante a Conae. Entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

“Cabe agora ao movimento social se debruçar sobre o Plano e iniciar um grande processo de mobilização de forma unificada em torno de bandeiras a serem incluídas na discussão no Congresso Federal. Agora, mais do nunca, este será o tom do Coneb e do Encontro de Grêmios da Ubes”, afirma o vice-presidente da UNE, Tiago Ventura.

Jornada de Lutas 2011

Na plenária final do evento serão aprovadas as agendas sobre as quais o movimento estudantil se debruçará e assim será lançada no 13º Coneb a Jornada de Lutas da UNE da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) 2011.

Fonte: Estudantenet

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Amor em Estado Buto

  

Tempo, pensamento, libido e energia são solteiros e morrerão assim, mesmo contra nossa vontade.


O que é, o que é? Faz você ter olhos para uma única pessoa, faz você não precisar mais ficar sozinho, faz você querer trocar de sobrenome, faz você querer morar sob o mesmo teto. Errou. Não é amor.

Todo mundo se pergunta o que é o amor. Há quem diga que ele nem existe, que é na verdade uma necessidade supérflua criada por um estupendo planejamento de marketing: desde criança somos condicionados a eleger um príncipe ou uma princesa e com eles viver até que a morte nos separe. Assim, a sociedade se organiza, a economia prospera e o mundo não foge do controle.

O parágrafo anterior responde o primeiro. Não é amor querer fundir uma vida com outra. Isso se chama associação: duas pessoas com metas comuns escolhem viver juntas para executar um projeto único, que quase sempre é o de construir família. Absolutamente legítimo, e o amor pode estar incluído no pacote. Mas não é isso que define o amor.

Seguramente, o amor existe. Mas, por não termos vontade ou capacidade para questionar certas convenções estabelecidas, acreditamos que dar amor a alguém é entregar a essa pessoa nossa vida. Não só nosso eu tangível, mas entregar também nosso tempo, nosso pensamento, nossas fantasias, nossa libido, nossa energia: tudo aquilo que não se pode pegar com as mãos, mas se pode tentar capturar através da possessão.

O amor em estado bruto, o amor 100% puro, o amor desvinculado das regras sociais é o amor mais absoluto e o que maior felicidade deveria proporcionar. Não proporciona porque exigimos que ele venha com certificado de garantia, atestado de bons antecedentes e comprovante de renda e de residência. Queremos um amor ficha-limpa para que possamos contratá-lo para um cargo vitalício. Não nos agrada a idéia de um amor solteiro. Tratamos rapidamente de comprometê-lo, não com o nosso amor, mas com nossas projeções.

O amor, na essência, necessita de apenas três aditivos: correspondência, desejo físico e felicidade. Se alguém retribui seu sentimento, se o sexo é vigoroso e se ambos se sentem felizes na companhia um do outro, nada mais deveria importar. Por nada, entenda-se: não deveria importar se outro sente atração por outras pessoas, se outro gosta de fazer algumas coisas sozinho, se o outro tem preferências diferentes das suas, se o outro é mais moço ou mais velho, bonito ou feio, se vive em outro país ou no mesmo apartamento e quantas vezes telefona por dia. Tempo, pensamento, fantasia, libido e energia são solteiros e morrerão solteiros, mesmo contra nossa vontade. Não podemos lutar contra a independência das coisas. Aliança de ouro e demais rituais de matrimônio não nos casam. O amor é e sempre será autônomo.

Fácil de escrever, bonito de imaginar, porém dificilmente realizável. Não é assim que estruturamos a sociedade. Amor se captura, se domestica e se guarda em casa. Às vezes forçamos sua estada e quase sempre entregamos a ele os direitos autorais de nossa existência. Quando o perdemos, sofremos. Melhor nem pensar na possibilidade de que poderíamos sofrer menos.
Martha Medeiros